sábado, 28 de agosto de 2010

Serra e o FX-2


Serra fez, mais uma vez, papel de bobo.
Não é precisso muita esperteza para imaginar qual foi o tema de seu discurso no Clube da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, onde ele impediu o acesso dos jornalistas: FX-2.
Serra deixou o serviço de jagunço a cargo do índio e, mais recentemente, de sua esposa Mônica Serra.
Para o grande público ele se mostra como amigo de Lula, como parte de uma estratégia desesperada e patética para, ao menos, não perder sua posição para Marina Silva.
Falar para o clube da Aeronáutica seria um serviço adulto demais para o indiozinho e impróprio para sua mulher. Ele teve que ir pessoalmente.
O que Serra não queria eram gravações de seu discurso, descendo o pau no governo  Lula e em Dilma. Estas gravações poderiam (e deveriam!) ser utilizadas pela campanha do PT.
A questão dos caças ainda divide os militares. A escolha envolve argumentos técnicos, econômicos e, principalmente, políticos. A escolha de nenhuma das três opções contentaria todos os militares, é óbvio.
A escolha de Lula, qualquer que ela fosse, seria sistematicamente e automaticamente criticada pela oposição.
Entre os oficiais da aeronáutica as opiniões se dividiam, porém o Rafale sempre se mostrou mais "próximo" das pretensões dos oficiais técnicos.
O alto escalão nunca se iludiu; o F-18 seria uma escolha difícil, atolada em problemas com transferência de tecnologia e amarrada pelos embargos dos EUA, (http://www.youtube.com/watch?v=GURWeWJsyR8)
O Grippen?,  este nunca passou de uma terceira opção, sem chances reais de ser escolhido.
A escolha, portanto, era esperada pelos militares, não assustou ninguém. A questão mais contundente entre os militares era outra: Lula comprará os caças ! Isso foi relevante e foi visto com bons olhos por todos os níveis da hierarquia militar. Enfim o projeto FX-2 sairia do papel.
Até mesmo Mário Gandra, que foi ministro da Aeronáutica do governo Fernando Henrique Cardoso, se mostrou a favor da compra dos Rafale.
Neste ponto da história entra Serra, atacando o governo Lula e a futura presidente Dilma, tentando jogar os militares contra a escolha do Rafale.
É claro, mais uma vez ele fez papel de bobo.
Os militares, a seu modo, estão ao lado de Lula.
Lula poderia ter empurrado o projeto para o próximo governo, teria desculpas aos montes para isso. Mas não o fez.
A conversinha de Serra, com ares de fofoca de comadre, irritou os ouvintes.
Como sempre acontece, ficou a pergunta: Serra, e se fosse você, teria feito (teria feito?) de que maneira?

Isso, o representante dos "sem projeto" nunca diz !

Um comentário:

  1. Isto de proibir a Imprensa nada mais é do que fita pra tentar impressionar a patuleia. Isto é marketing de um candidato derrotado.

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